segunda-feira, 27 de março de 2017

Por que a Igreja compara Jesus Cristo a um pelicano?

© Reprodução
Ao longo da história a Igreja tem representado Jesus tanto com pinturas como com símbolos. Assim, por exemplo, era comum que os primeiros cristãos se identificassem com o simbolo do peixe (Icthus), pois em grego eram as iniciais da expressão "Iēsous Christos Theou Yios Sōtēr" (Ἰησοῦς Χριστός, Θεοῦ ͑Υιός, Σωτήρ), que quer dizer: Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador.

Outro símbolo muito interessante de Nosso Senhor é o Pelicano. Se trata de alguma palavra com sentido especial para o cristianismo? Ou terá acaso um sentido mais profundo? Neste artigo será abordado esse tema.

Wikipédia
© Domínio Público
Muitos pensam que esta é uma comparação absurda ou até ofensiva havendo tantos animais belos, por que compará-lo com um Pelicano? Mas ainda que não acreditem, comparar Jesus com um pelicano é algo muito acertado e digno e desde a antiguidade se deram conta disso. 
 
Os pelicanos são aves costeiras de grande tamanho, com muita habilidade para pesca. Quando um pelicano tem que alimentar as suas crias, ele voa até o mar, pega alguns peixes, os guarda numa bolsa que possui entre as penas do peito e voa de regresso até a costa para dar de comer às suas crias. 

Ah, então já sei, Jesus é comparado ao pelicano porque também era pescador?! Isso?! Não, não é por aí que vai a comparação!
Antigamente acreditava-se que o Pelicano, ao não ter um bom dia de pesca, ao invés de deixar morrer as suas crias, arrancava sua própria carne para alimentá-los. É aqui onde nasce a comparação com Cristo, pois Ele mesmo nos dá de sua própria carne e de seu próprio sangue.

Em cada Santa Missa, Cristo nos oferece a Santa Eucaristia, em todo Seu corpo, sangue, alma e divindade. Por isso, na história da Igreja, se tem feito muitas comparações de Cristo como o Pelicano, que arranca partes de sua carne para dá-la às suas crias por puro amor. Um amor transcendental, que não é próprio, não é para si mesmo, mas se estende e alcança o outro e o penetra até a alma. É amor verdadeiro, por inteiro, indiviso, o ágape. Assim, como as crias do pelicano, não poderiam sobreviver sem o alimento que lhe dá sua mãe, os homens não poderiam ter vida eterna sem a vida de Cristo Jesus entregue por nós no Madeiro da Cruz e assim, por meio da Santa Missa, tornamos novamente presente o Sacrifício que nos move nesta pausa restauradora rumo ao Céu.

Esta comparação também está presente em alguns hinos tradicionais como no Adoro te Devote, escrito por São Tomás de Aquino, no qual diz uma das estrofes "Pie Pellicane, Iesu Domine, Me immundum munda tuo sanguine" (Senhor Jesus, Pelicano bom, limpa-me a mim, imundo, com teu sangue). 











| Texto adaptado de:

POPChurch. Disponível em: <http://pt.churchpop.com/15220-2/>. Acesso em: 27 mar. 2017.
| Referência:
Wikipédia. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Ichthys>. Acesso em: 27 mar. 2017. 

segunda-feira, 6 de março de 2017

Planejamento Catequético - 2017


Olá, pessoal!

Bom, já estamos iniciando um novo ano catequético e é hora de nos programarmos para as atividades que desenvolveremos ao longo dele. 

Trago no documento abaixo várias informações importantes sobre como funcionarão nossos encontros, a data de cada um deles e também o que trabalharemos a cada sábado.

Fico à disposição para responder qualquer dúvida que surgir! Desejo, de coração, um ótimo ano para todos nós e agradeço a Deus pelos novos amigos que Ele está me concedendo em mais um ano na Pastoral da Catequese! Forte abraço!

quinta-feira, 2 de março de 2017

Quaresma: exercícios espirituais da tradição da Igreja

"Tudo o que renunciarmos em favor de uma vida mais autenticamente cristã, será um tipo de jejum agradável ao Senhor. 
Quando aprendemos a jejuar de tudo o que nos prende a nós mesmos, acorrentados ao homem velho, a graça de Deus - vinda em nosso auxílio - nos faz entrar no processo da verdadeira conversão" - Dom Abade André Martins, OSB
Por mais um ano temos a grande graça de podermos viver o tempo quaresmal. Neste período de quarenta dias, em que estaremos nos preparando para a Páscoa da Ressurreição do Senhor, a Igreja nos convida, em especial a todos nós batizados, a vivermos este período de forma diferente, observando com mais empenho e assiduidade os exercícios espirituais do JEJUM, da ORAÇÃO e da ESMOLA

Assim como o corpo mortal precisa ser nutrido, a fé também possui esta necessidade. Quando tomamos posse desses três elementos da Sagrada Tradição que nos são oferecidos, podemos viver frutuosa e verdadeiramente este tempo de CONVERSÃO e PENITÊNCIA

A conversão existe pelo fato de reconhecermos nossas próprias falhas ao longo dos diferentes períodos de nossa vida. Nos damos conta do caminho torto que estamos tomando e, logo, corremos para o caminho certo. A penitência nos ajuda a estarmos - sempre - em uma constante conversão. Em uma intensa busca do Cristo.

Vale dizer que embora o tempo da Quaresma seja sumamente favorável para os exercícios espirituais, devemos viver o jejum, a esmola e a oração em todos os períodos de nossa vida. O jejum, por exemplo, é recomendado pela Igreja em dois dias no ano, apenas na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa. Contudo, nada nos impede de que vivamos esta realidade do jejum em outros dias do ano litúrgico, ou mesmo quando achamos necessário para nosso crescimento espiritual. Também devemos lembrar que o jejum não é só abster-se de alimentos, há diferentes formas de vivê-lo, e nos convém apropriadamente.
"Abster-se de tempos de lazer, de conversas que não nos acrescentam coisa alguma, de encontros inconvenientes e mesmo de trabalhos, quando possível, para poder estar em um recolhimento maior para oração pessoal, também são parte de uma ótima vivência quaresmal.
Renunciar aos mais variados entretenimentos que a mídia nos incita e se alimentar com a leitura orante da Palavra. Silenciar à palavra injuriosa, inoportuna, obscena, provocadora de divisões é uma forma de jejum muito importante".¹
Mas não somente o jejum, também é um exercício espiritual importantíssimo a oração. Ela nos aproxima dos desígnios de Deus e nos proporciona um "abandonar-se" nos braços de Cristo para que sejamos por Ele guiado pelos caminhos virtuosos a fim de que sejamos instrumentos dele para fazermos aquilo que lhe aprouver. 

O Catecismo nos lembra que "não há outro caminho para a oração cristã senão Cristo. Seja comunitária ou pessoal, seja vocal ou interior, a nossa oração só tem acesso ao Pai se rezarmos 'em nome' de Jesus. A santa humanidade de Jesus é, pois, o caminho pelo qual o Espírito Santo nos ensina a orar a Deus nosso Pai".

Neste tempo da Igreja intensificamos nossa vida de oração, que não se restringe às palavras. Podemos rezar cantando, realizando gestos, suplicando, pedindo perdão, agradecendo, realizando compromissos de fé e participação efetiva na comunidade, participando de uma procissão, via-sacras, ou participando ativamente na liturgia da Igreja. Participar na liturgia é o ponto mais elevado da oração católica, onde dentro da Celebração da Eucaristia, por exemplo, temos a alegria de participar da vida, morte e ressurreição do Senhor. 

Por fim a esmola, que se traduz pelo gesto puro da caridade. Um gesto que não espera nada em troca, é realizado exclusivamente pensando no próximo e não em sí mesmo. É o ato que contempla toda a essência do texto escrito por São Paulo:
"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine.
[...] A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante. Nem escandalosa. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. 
[...] Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade – as três. Porém, a maior delas é a caridade" (I Coríntios 13, 1. 4-5. 13)
(há uma postagem especial para entender melhor o que é o Tempo da Quaresma: clique aqui!)

Seguindo os passos de Jesus, possamos nós também fazer desses quarenta dias uma verdadeira conversão de vida, e que se tornem comuns em nossas vidas as atividades espirituais para que a Luz de Cristo resplandeça em nossa face por onde quer que estejamos. 

Como já foi dito, este caminho quaresmal é um tempo favorável, uma oportunidade especial de oferecimento pascal de nossas vidas, e de deixar se santificar pelo Espírito Santo que faz novas todas as coisas. A Igreja, Povo de Deus, é convocada a viver esta experiência pascal, a deixar-se purificar e santificar pelo seu Senhor. "Eis o tempo de conversão! Eis o dia da salvação! Ao Pai voltemos! juntos andemos!"

 










|Referência:
¹ MARTINS, Dom Abade André (OSB); Palavra do Abade. Informativo Abadia da Ressurreição, Ed. 35; 2015.
 |© Direito de imagem
www.pnsg.org.br
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...