quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

#InscriçõesCatequese2016 - O primeiro dia

     Na última quarta-feira (27/01) iniciaram as inscrições da catequese para o ano de 2016 e continuam a todo vapor até a próxima quarta-feira (03/02), das 8h às 20h.
    Nós catequistas ficamos muito felizes em poder conhecer, desde já, alguns dos novos catequizados que estarão conosco na caminhada catequética e rever aqueles catequizados que continuam a caminhada realizando a matrícula para o próximo ano afim de concluir os Sacramentos.


© Foto: Dalton Ferreira - 2016

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Liturgia, instituição divina em favor dos homens


      Pesa-me o coração saber que muito perto de nós ainda há considerável desprezo e descaso em relação à liturgia.
     Vele dizer que a liturgia fora instituída por Deus, Nosso Pai, desde o tempo veterotestamentário, e é Ele o Liturgo Perfeito do qual tudo procede.
     O ser humano não tem o direito de tomar para si a liturgia e dela se utilizar para o que lhe convier apenas, pois assim retira-se Deus do centro e todo o culto cristão, em absoluto, é em vão. A liturgia possui o caráter restaurador e substancial na aproximação entre Deus e Seus filhos.
   Enquanto cerimoniário e catequista, amante da liturgia, o fardo torna-se mais pesado quando o esforço para o ensino daquilo que realmente edifica é sufocado pelas influências que em nada se equivalem àquilo elencado, sob o impulso do Espírito Santo, pela nossa Santa Igreja, e que acaba por esfacelar o símbolo verdadeiro incutido em toda liturgia.
    Nossa fé não é volátil, mas sólida. Nossa fé é fundamentada pela Sagrada Escritura, bem como pela tradição de séculos através de documentos escrito por homens e mulheres nos mais diversos tempos, com o mister objetivo de apresentar a todos a extensão da amor de Cristo pelos meios que nos são possíveis - um deles a liturgia.
  Não sufoquemos a liturgia, não queiramos fazer dela parte descartável do culto cristão, tampouco negligenciá-la afirmando ser uma forma de humildade, a humildade constitui significado substancialmente diferente da omissão à liturgia. Deturpar a liturgia não significa humildade, senão soberba, quando da crença de que somos suficientemente bons para fazermos aquilo que queremos.

CRISTO PANTOCRATOR


Os Símbolos Litúrgicos

Em todas as civilizações e culturas e em todos os momentos da História, sabemos que a percepção humana é dependente de imagens e símbolos. O Homem percebe as coisas pela linguagem própria, viva e silenciosa das coisas e se situa - ele próprio - no mundo do mistério.

Nas realidades espirituais, não é diferente, nós buscamos a comunhão no mistério, que se dá sobretudo na linguagem silenciosa dos símbolos. De fato, os símbolos nos mostram, em sua visibilidade, uma realidade que os transcende, invisível. Falam sempre a linguagem do mistério, apontando para além deles próprios.

A própria Liturgia é descrita como uma ação simbólica, no seu sentido mais pleno. E isso se revela na beleza de todo o ato celebrativo que emana da alegria pascal.

Com isso percebemos o quanto é importante a linguagem misteriosa dos símbolos na Liturgia. E um símbolo por si só fala, não é preciso dar explicações. Até porque o mistério não é para ser compreendido e sim, vivido.

Vejamos então o significado de um grande símbolo religioso presente em nosso Santuário, que é o Pantocrator   "Cristo Luz do Mundo"

Santuário N. Srª. do Carmo - Curitiba/PR

A palavra Pantocrator é de origem grega e significa "Todo-Poderoso" ou "Onipotente", mas a melhor tradução seria "Oniregente" ou "Aquele que rege todas as potências terrestres e celestes".
Existem cânones pictóricos, ou seja, regras para a pintura do painel.

O Pantocrator quando é representado de corpo inteiro e neste caso está sentado no trono e rodeado pelas hierarquias celestes que sublinham sua majestade divina. No nosso caso, temos a representação da Virgem Maria, Nossa Senhora do Carmo (percebam que Ela segura o escapulário), e Santo Elias, profeta - por ser o precursor da Ordem do Carmelo. Ainda estão representados ao lado de Cristo os Evangelistas.





O Pantocrator caracteriza-se pela auréola crucífera;






Neste ícone, a cor vermelha da roupa
representa que Ele é todo Deus, e o
manto azul que Ele é todo Homem e
assim nos assumiu por inteiro;

A faixa dourada, é quase uma estola,
Sacerdote da Nova Aliança
pela mão direita que abençoa «à maneira grega»; e pela esquerda que segura um livro aberto ou fechado, ou mesmo um rolo. Quando o livro está aberto, o versículo evangélico que nele aparece é, as mais das vezes: «Eu sou a luz do mundo». Mas podem também aparecer outros versículos previstos nos manuais de pintura.


A estatura do corpo é a tradicional, já fixada no séc. VI, no tempo de Justiniano.

O rosto, para a tradição oriental, é o do Mandilion, considerado impresso pelo próprio Cristo na toalha enquanto ainda vivia (Santo Sudário).


Os traços podem ser resumidos assim: rosto alongado, sobrancelhas arqueadas, olhos grandes e abertos voltados para o espectador, nariz longo e delicado, a barba bastante longa terminando em ponta arredondada, bigode caído, cabelos ondulados que formam como uma cúpula sobre o alto da cabeça e são depois recolhidos à altura das orelhas e descem sobre os ombros (essa cabeleira é chamada, segundo Capizzi, «tipo capacete»). No alto da fronte - larga e alta - destacam-se muitas vezes, da cabeleira, dois, três ou mais cachos.


A forma circular do rosto lembra que Cristo é o
 Logus, ou seja, o Verbo Divino.
As roupas que cobrem o corpo de Cristo são constituídas de quatro peças, sendo três as mesmas usadas na Palestina no tempo de Cristo: a túnica vestida diretamente sobre o corpo, o manto, as sandálias, presas ao tornozelo por tiras de couro e a faixa que representa Cristo Sumo e Eterno Sacerdote.

O corpo de Cristo se destaca pela cor dourada de sua roupa, chamado na iconografia grega "céu" e no fundo em azul na forma de círculo para indicar que Cristo está na glória do Céu.


círculo é símbolo do Universo, do todo, do infinito. Junto ao círculo está entrelaçado o quadrado, que simboliza o princípio material do Universo, é o símbolo da Terra.

O ícone transmite, assim, o dogma cristológico das duas naturezas humana e divina - unidas na única Pessoa do Verbo: Filho de Deus e Deus ele próprio, consubstancial ao Pai.

A auréola, chamada "coroa" e também "glória", desenhada com traço fino sobre o mesmo fundo dourado, é sinal da santidade de Jesus. Em todas as imagens de Cristo, na auréola estão desenhados três braços de uma cruz; esta, que se tornou comum no decurso do séc. VI desde o tempo de Justiniano, é uma clara alusão à dimensão salvífica do Senhor. Sobre o ícone estão presentes inscrições, cuja finalidade é chamar a atenção para a identidade divina e ao mesmo tempo humana do personagem representado.

O sagrado trigrama do nome de Deus revelado a Moisés no Sinai: Ο ΩΝ, "Eu sou o Existente" -  Ex 3, 14 - e inserido nos três braços visíveis da cruz introduzida na auréola.  Essas inscrições são sempre em grego.

A mão que abençoa
Na Igreja Oriental, sobretudo na bizantina, a bênção em grego ('euloghia') é reservada ao bispo ou ao sacerdote que a pronuncia para abençoar uma ou mais pessoas, ou um objeto, fazendo um sinal da cruz e pronunciando ao mesmo tempo uma breve fórmula de bênção. A fórmula de bênção mais simples reza assim: «Bendito o nosso Deus, em todo tempo, agora e sempre, e nos séculos dos séculos. Amém.»

Uma das mais solenes é a que o sacerdote dá no fim da liturgia eucarística: «A bênção e a misericórdia do Senhor desçam sobre vós com a sua graça e a sua benignidade em todo tempo, agora e sempre, e nos séculos dos séculos. Amém.»

Como se vê por esta e por outras fórmulas semelhantes, a fórmula não é indicativa: ou seja, o sacerdote não dá a bênção em nome próprio, mas transmite a bênção dada pelo próprio Cristo. Isto fica evidente no ícone de Cristo com a mão direita que abençoa.

A bênção é chamada «à maneira grega», na qual os dedos aparecem em posições bem precisas com significado simbólico, sobre o qual se detêm os manuais de pintura. O de Dionísio de Furná assim descreve a posição dos dedos da mão direita que abençoa e o sentido simbólico:

OS DEDOS LONGOS ACIMA LEMBRAM
QUE JESUS É HUMANO E DIVINO

OS OUTROS DEDOS JUNTOS LEMBRAM
A SANTÍSSIMA TRIANDADE, JUNTA.

OS DOIS DEDOS LONGOS TAMBÉM
 FAZEM REFERÊNCIA A PARTICIPAÇÃO
 DE  CRISTO COMO SEGUNDA PESSOA
DA TRINDADE.

«Quando fazes uma mão que abençoa, não unas os três dedos juntos, mas une o polegar com o anular apenas; o dedo chamado indicador e o médio formam o nome IC: com efeito, o indicador forma o I; o dedo médio curvado forma o C; o polegar e o anular que se unem obliquamente e o mínimo que está ao lado, formam o nome XC; de fato a obliqüidade do mínimo, estando ao lado do anular, forma a letra X; o mesmo mínimo, que tem forma curva, indica justamente por isso o C; por meio dos dedos, portanto, se forma o nome XC e por esse motivo, pela divina providência do Criador de todas as coisas, os dedos da mão humana foram modelados assim e não foram demais ou de menos, mas em quantidade suficiente para formar este nome.»

O clero bizantino abençoa ainda segundo o modo acima descrito

 

 

 

 

Nesta imagem, do Monastério de Santa Catarina, perceba que um dos olhos nos transmitem ternura e no outro a ira de Deus, próprio da Idade Média, mas em geral o olhar de Cristo é exigente, porque pede de nós postura, e com esse olhar Ele nos pergunta: afinal quem você é diante de Mim? Me diga, para depois descobrir que eu sou! 

 

 

 Nada é por acaso, tudo é simbólico!

 Se olharmos os ícones acima, percebemos que o pescoço está muito a amostra, não há golas nem mantos que cubram o pescoço!


Isso é um sinal  muito antigo: na antiguidade acreditava-se que o Espiríto Santo morava na garganta. Que o Espiríto Santo é o "ar de Deus que na nossa laringe nos ajuda a ter folêgo e articula em nós palavras de vida".

Por isso Jesus tem o pescoço muito a amostra, para dizer: "Aqui dentro eu carrego o Espírito Santo, eu respiro o respiro de Deus, meu folêgo é um folêgo divino".

Significado do Pantocrator segundo Dom Roberval Monteiro

O Painel "Cristo Luz do Mundo", do Santuário Nossa Senhora do Carmo é de autoria de Dom Roberval  Monteiro, religioso de Ponta Grossa - PR, que no ano 2000 venho especialmente para entregar o painel no dia da festa da padroeira.

Dom Roberval pratica a arte de pintar desde que entrou no mosteiro, em 1984, e é considerado um pintor especialista em arte bizantina.
"o sacerdote é um homem que comunica Deus para as pessoas e a pintura também faz isso de maneira mais durável, mais profunda que palavras ou ações, porque as minhas palavras ou ações vão passar, mas a pintura vao permanecer e vai sobreviver há muitas gerações"
Junto de Cristo, temos representados os elementos vitais - terra, ar, água e fogo - simbolizados por quatro animais que são uma representação extremamente antiga herdada do período antes de Cristo.

Os quatro animais simbolizam as quatro dimensões do ser humano:
nós estamos acostumados com o ser humano em duas dimensões: corpo e alma."
Dom Roberval explicou que o homem é touro enquanto vive uma vida vegetativa: trabalha, bebe, dorme e produz. É a força, a vida. O leão representa a vida afetiva, é o homem capaz de sentimentos, de emoções, de paixões, de amor, mas tembém de coragem, de luta, de combate: o leão é nobre de espírito, de caráter, e a lealdade a diferencia do touro. O terceiro animal é a águia, que representa a vida intelictiva, a busca pela razão das coisas, o animal das alturas, que voa alto, que se questiona e nunca se cansa, mas também justamente por isso, vê longe, vê profundamente as coisas: a águia tem olhos agudos e precisos. E, finalmente, o quarto animal, o anjo, que representa o homem na sua relação com a divindade e que sente saudades do céu, saudades de Deus, independente da religião. Então o touro fornece as energias e a base; o leão ama e tem ímpeto; a águia busca as razões; e o anjo realiza a comunhão com Deus.

Para Dom Roberval, a pintura tem a função de ser um mapa de nosso interiror:
"É a tentativa de retomar esse tipo de pintura, mesmo com traços modernos, com técnicas modernas e tudo mais, é justamente de fornecer um mapa do nosso mundo inteiror, porque ainda que a gente não entenda e não use o mapa de uma cidade , só o gosto de saber que existe dá uma sensação de que, pelo menos me perder eu não vou. Esse é o mapa do nosso ser."







Rafael Telma de Lima

Mestre de Cerimônias Litúrgicas do Santuário N. Sª. do Carmo

PRINCÍPIOS NÃO SE MUDAM

Ao passo que vamos crescendo, descobrindo o mundo, suas esperanças, e seus desalentos, construímos nossos princípios, ora adquiridos pela educação dos pais, ora pela fé, ora entendidos como sendo necessário para nosso convívio em sociedade. O fato é que estes princípios permearão o nosso modo de viver, determinarão nossas escolhas, nos darão uma perspectiva de vida adversa daquela que nós tínhamos se não nos apropriássemos desses princípios que ora temos - sim parece óbvio! Não obstante, o que ainda é obscuro para grande parte das pessoas é que esses PRINCÍPIOS agregados ao nosso caráter - este, sendo a forma constante de viver e que é inerente a cada indivíduo - NÃO SE MUDAM, nos constituem, nos fazem ser quem somos, como somos, com uma finalidade de vida, pelo simples e exclusivo fato de serem PRINCÍPIOS.
© Domínio Público                    
     Posso me deparar, como já ocorreu, com outra forma de pensar em que sou indagado: os tempos mudam, e com eles mudam seus princípios. A sociedade é dinâmica, não estática. Os valores, (ou princípios) que tinham muitos povos antigos, não necessariamente se aplicam hodiernamente. Como pensar que os princípios não mudam? Com alegria respondo: Ledo engano. O que se muda de povo para povo, de época para época, é a moral. Princípios são princípios, são inerentes ao ser, nos caracterizam, são nossa própria face, uma vez mudados, degredados de  nosso ser, a única certeza que pode-se ter é a de que estes NÃO ERAM PRINCÍPIOS. A isto você pode chamar de qualquer outra coisa, menos de princípios, pois o princípio torna-se inerente ao ser. Se lhe pode ser modificado facilmente tenha certeza de que princípio não era.


Objetivo do Blog

"Mais vale um ensaio despretensioso
do que nada tentar"

       Na tentativa de procurar explicar o objetivo do blog venho escrever esta postagem. Com alegria temos um blog dirigido a toda comunidade católica, em especial aos catequizandos e pais, para aprimoramento das questões da fé a fim de se esclarecer os dogmas e ensinamentos da Igreja, trazer curiosidades que colaborem para o crescimento espiritual e, à luz do Catecismo e do Direito Canônico, possam ser bem úteis para a vivência dos Sacramentos da Vida Cristã de todo batizado.
      Inicio com esta bela frase tencionando ilustrar todo meu pensamento no que diz respeito a este blog. É, de fato, um ensaio, algo bastante informal, com o principal objetivo de elencar temas diversos da fé, contudo que permeiam o quotidiano da Igreja.
     O maior objetivo é, como catequista que sou, relembrar os pilares da nossa fé católica, e, até mesmo, em alguns casos, ensinar aquilo que ficou para trás tomando como partida o ponto de vista da Igreja, que pela Ação Divina é guiada pelo Espírito Santo e guia seus fiéis para uma vida plena em Cristo. 
    Deixo todos à vontade para opinar, apresentar suas dúvidas e sugestões, uma vez que o respeito está para todos assim como o conhecimento. 
    Espero ardentemente que o conhecimento compartilhado tenha lugar para cada leitor,  catequizando e pai de modo que seja de grande proveito.
    Escrevo sabendo do quanto ignoro, ainda. E reconheço o vulto da tarefa, contudo não deixando de lado a tentativa. 
   Cada um de nós tem a sua curiosidade, eu tive a minha, agora traduzida neste blog. O resultado se dará aqui. Válido ou não, é uma tentativa.


O Catequista


"Mergulhei, mas quando cheguei à superfície da água minha imaginação começou a fluir"


© acervo pessoal
     Sou catequista e cerimoniário no Santuário N. Sra. do Carmo, amo dar catequese, iniciei meus trabalhos como catequista em 2011, já são 6 anos de trabalho mistagógico; sou graduando em Direito, estudei piano; Sou católico romano; Nasci e moro em Curitiba-PR; Gosto muito de futebol americano, filosofia, psicologia, bem como de Liturgia Romana Antiga; Admirador da Missa no Rito Extraordinário (Rito Tridentino); Admirador do latim, do grego, do Direito Canônico e curioso nos estudos; Gosto muito de Canto Gregoriano e na medida do possível o pratico; Um Grande seguir do Concílio de Trento. Sou apaixonado por livros, e amo escrever. O vício pela leitura surgiu desde meu primeiro livro que ganhei. Tenho como hobby uma coleção de marca páginas e de livros, desde muito pequeno. E da infância me lembro constantemente da frase que no início fora apresentada. Me foi dada para uma apresentação realizada no primeiro ano do Ensino Fundamental, e nunca mais dela me esqueci. Procuro fazer da minha vida um constante mergulhar. 



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