segunda-feira, 10 de abril de 2017

A história do papamóvel: os veículos que já carregaram os papas

Desde que os papas desceram da sédia gestatória nos anos 70, o carro usado pelo papa para saudar a multidão passou por várias transformações.

 

Desde que um papa usou um carro pela primeira vez, nos anos 1930, muita coisa mudou – tanto no papado quanto no setor automobilístico. O certo é que um dos elementos mais curiosos ligados às viagens do papa é o papamóvel, o carro blindado que permite que o pontífice seja visto melhor pela multidão.

 

O nome não é oficial, mas é um apelido dado pela mídia que colou. João Paulo II, porém, dizia não gostar da denominação. Desde que os papas desceram da sédia gestatória – um trono carregado sobre os ombros de oito a doze pessoas – nos anos 1970, o carro usado pelo papa para saudar a multidão passou por várias transformações.

Os primeiros automóveis do papa
Foi em 1909 que um papa ganhou, pela primeira vez, um automóvel. O então arcebispo de Nova York, John Murphy Farley, presenteou São Pio X com um Itala 20/30, mas o papa, avesso à nova invenção, nunca o usou. Seu sucessor, Bento XV, também não o usou. Foi só com Pio XI, um fã de automobilismo, que a situação mudou.

Em uma verdadeira competição para oferecer o veículo que mais agradaria ao papa, diversas montadoras presentearam Pio XI, depois que ele ganhou uma Bianchi Tipo 15 da Associação das Mulheres Católicas da Arquidiocese de Milão. A própria Bianchi lhe presenteou em seguida com uma Tipo 20. O preferido de Pio XI, porém, era um Graham-Paige 837.

Pio XI sobre em uma Bianchi Tipo 20 que acabava de ser doada a ele pela montadora (foto: Commons).
 Pio XI sobre em uma Bianchi Tipo 20 que acabava de ser doada a ele pela montadora (© foto: Commons).
Data dessa época o início da longa série de papamóveis fornecidos pela Mercedes-Benz. O primeiro deles, ao contrário de todos os outros, não foi um presente, mas foi comprado pelo Vaticano. Era um Nürburg 460 customizado, um pouco mais longo que a versão normal e com o estofado revestido em seda.

O fim da sédia gestatória
Enquanto os veículos fechados usados pelo papa para se deslocar normalmente são os sucessores das carruagens papais, os carros que põe o papa em destaque para que seja visto pela multidão em trajetos mais curtos substituíram a sédia gestatória, uma liteira em que o bispo de Roma era carregado por oito a doze pessoas. São esses carros que ganharam da mídia o apelido de “papamóveis”.

O último papa a usar a sédia gestatória foi João Paulo I, que dizia que a sua mãe lhe daria uma bronca se o visse sendo carregado por outras pessoas. Ainda assim, ele a usou durante todo o seu curto pontificado de 33 dias, em 1978, cedendo ao desejo dos fiéis de poderem ver o papa com mais facilidade.

João Paulo II renunciou ao seu uso completamente, no que foi seguido por Bento XVI. Na velhice, ambos usaram apenas plataformas baixas, sobre rodas e empurradas por duas pessoas, para percorrer os cem metros do corredor central da Basílica de São Pedro nas grandes celebrações.

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Paulo VI saúda a multidão sobre um Toyota Land Cruiser (© foto: Pinterest).
Paulo VI, o antecessor de João Paulo I, já usava um carro aberto branco – um Toyota Land Cruiser – para saudar a multidão, mas ainda usava a sédia gestatória em cerimônias solenes. Quando João Paulo II a abandonou por completo, adotou o mesmo Toyota.

À prova de balas, mas nem sempre
O papamóvel fechado, à prova de balas, surgiu depois que João Paulo II levou três tiros em um atentado na Praça de São Pedro, em maio de 1981. Na ocasião o papa estava em um Fiat 1107 Nuova Campagnola, doado pela montadora italiana no ano anterior.

O veículo fechado, no entanto, é usado costumeiramente quando o papa viaja. Dentro do Vaticano, a segurança foi reforçada com detectores de metal nos portões de entrada e o papa continuou a usar um papamóvel aberto. O próprio Nuova Campagnola permaneceu em uso mesmo depois do atentado, por longos 27 anos, até que foi aposentado em 2007.

Bento XVI a bordo do mesmo Fiat usado por João Paulo II de 1980 a 2005. A foto é de 2007, último ano em que o carro foi usado (foto: Commons).
Bento XVI a bordo do mesmo Fiat usado por João Paulo II de 1980 a 2005. A foto é de 2007, último ano em que o carro foi usado ( © foto: Commons).

Dois veículos blindados foram usados pelo papa em viagens, um Mercedes-Benz 230 G e um Land Rover 110. Em 2002, eles foram substituídos por um Mercedes-Benz ML 340. Muitas vezes, porém, era o próprio país visitado que se encarregava de prover um papamóvel – e aí as versões do veículo são numerosíssimas.

João Paulo II no Mercedes-Benz ML 340 usado de 2002 a 2012 nas viagens papais (foto: ABC News).
João Paulo II no Mercedes-Benz ML 340 usado de 2002 a 2012 nas viagens papais (© foto: ABC News).

No ML 340, o carro mais usado por Bento XVI em suas viagens, o papa subia por uma porta na traseira do veículo e, uma vez sentado, o assento era elevado alguns centímetros. Além do banco do motorista e do passageiro, geralmente um segurança, à frente do veículo, havia lugar para duas pessoas dentro da cabine com o papa. Geralmente esses lugares eram ocupados pelo secretário do papa Bento, o monsenhor Georg Gänswein, e pelo bispo da cidade visitada.

Os papamóveis de hoje
Francisco, porém, mesmo nas viagens, não usa o papamóvel fechado. Ele costuma usar o mesmo Mercedes-Benz G 500 que está em uso no Vaticano desde 2007, quando o Nuova Campagnola foi aposentado. O veículo permite a acoplagem de uma cobertura de vidro que protege o papa do vento e de chuvas moderadas sem fechar as laterais do veículo.

O atual papamóvel em uso, com a cobertura acoplada. Na foto, com Francisco a bordo, na sua viagem aos EUA (foto: Commons).
O atual papamóvel em uso, com a cobertura acoplada. Na foto, com Francisco a bordo, na sua viagem aos EUA (© foto: Commons).
Além desse carro, o outro papamóvel que está atualmente à disposição do papa é um Mercedes-Benz M 500matic blindado, que foi entregue a Bento XVI no fim do seu pontificado, em 2012, e usado apenas uma vez pelo papa alemão. Francisco nunca o usou.

O atual papamóvel em uso, com a cobertura acoplada. Na foto, com Francisco a bordo, na sua viagem aos EUA (foto: Commons).
O atual papamóvel em uso, com a cobertura acoplada. Na foto, com Francisco a bordo, na sua viagem aos EUA (© foto: Commons).
Nem sempre, é claro, o papa viaja dentro de um carro parecido com um aquário. Para trajetos mais longos, em que não se prevê que o papa saúde as pessoas, usa-se um carro normal. Esses veículos geralmente eram automóveis de alto padrão até a eleição do papa Francisco.

Nesses casos, em Roma, o papa argentino costuma usar um Ford Focus ou um Renault 4 1984 que um padre italiano lhe deu em 2015. No Brasil, durante a Jornada Mundial da Juventude em 2013, usou um Fiat Idea. Na visita à Coreia do Sul, em 2014, transitou em um Kia Soul.

O atual papamóvel em uso, com a cobertura acoplada. Na foto, com Francisco a bordo, na sua viagem aos EUA (foto: Commons).
Francisco no Ford Focus que usa para transitar em Roma. © Reprodução.

  

| Publicado originalmente em:

Sempre {Família}. Disponível em: <http://www.semprefamilia.com.br/a-historia-do-papamovel-os-veiculos-que-ja-carregaram-os-papas/>. Acesso em: 03 abr. 2017. 

terça-feira, 4 de abril de 2017

5 mitos sobre a confissão que muitas pessoas ainda creem (talvez, você também!)

© Pixabay, Public Domain / ChurchPOP

O Sacramento da Confissão (ou Reconciliação) é uma parte amplamente incompreendida da fé católica, o que é muito triste, porque é um dos pontos mais importantes!

Aqui estão 5 dos mitos mais comuns:

Mito 1: A Confissão mostra que os católicos realmente não acreditam que o sacrifício de Cristo foi suficiente

 

Verdade: Esta objeção geralmente vem de protestantes que se perguntam por que uma pessoa precisa de mais perdão se eles já puseram sua fé em Cristo. Assim, veem a confissão como algo separado e adicional à graça de Jesus.
Há dois problemas com esta objeção:

Primeiro, o poder da Confissão depende inteiramente do sacrifício de Cristo. Cristo ganhou graça infinita na cruz, e o Sacramento da Confissão é um importante caminho que a graça percorre a cada indivíduo. Em outras palavras, a Confissão não é uma fonte de graça separada de Cristo, é um instrumento para sua aplicação.

Em segundo lugar, esta objeção geralmente vem de um mal-entendido da vida cristã. Alguns protestantes pensam que após a conversão inicial de uma pessoa, não há mais cooperação adicional e crescimento na graça necessária para a salvação. A Igreja Católica, por outro lado (seguindo a Bíblia), ensina que a vida cristã é uma contínua conversão e crescimento em santidade pela graça de Cristo.

Mito 2: A confissão foi inventada pela Igreja Católica e não está na Bíblia

 

Verdade : Isso pode surpreender algumas pessoas, mas o núcleo do sacramento da confissão é explicitamente estabelecido pelo próprio Cristo nas Escrituras.

No Evangelho de João, depois de ressuscitar dos mortos, Jesus aparece aos seus discípulos e isto acontece:

“Jesus disse-lhes outra vez, “paz seja com você. Assim como o Pai me enviou, assim vos envio. E, tendo dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; aqueles aos quais mantiverdes ser-lhes-ão mantidos.” (João 20.21-23)

Ali mesmo, Jesus dá explicitamente aos Apóstolos o poder de dar e reter o perdão dos pecados, que é a base do sacramento da confissão. E a Igreja praticou isso desde o princípio. Certamente, a maneira exata como isso tem se mostrado na prática variou um pouco ao longo do tempo, mas o núcleo está bem ali na Bíblia (CIC 1447).

Mito 3: Confissão é opcional

 

Verdade : Confissão definitivamente não é opcional para os católicos. É, de fato, exigido de duas maneiras.

Primeiro, de acordo com os preceitos da Igreja, todos os católicos são obrigados a ir à Confissão pelo menos uma vez por ano.

Em segundo lugar, o sacramento da confissão (ou seu desejo com contrição perfeita) é necessário para a salvação de indivíduos batizados em estado de pecado mortal segundo o Concílio de Trento.

Portanto, o Sacramento da Confissão não é apenas uma forma agradável e opcional de aconselhamento católico, se você quiser. Pelo contrário, é uma parte essencial de ser um católico praticante e atingir a salvação final.

Mito 4: Confissão é apenas para “pessoas realmente ruins”

 

Verdade : A resposta anterior ao Mito 3 ajuda a corrigir esse mito. Se você é católico, você é obrigado a ir para Confissão pelo menos uma vez por ano de qualquer maneira.

Porém o mais importante, somos todos pecadores. Como diz a Escritura: “Se dissermos que não pecamos, nós o tornamos [Jesus] mentiroso, e sua palavra não está em nós” (1 João 1.10). Então, se você acha que não precisa da graça do perdão de Cristo, talvez você precise dar uma olhada na sua vida espiritual.

Mito 5: Confissão é assustador

 

Verdade : Se alguém nunca foi à confissão, ou não foi em muito tempo, eles poderiam esperar que o sacerdote será chocado por seus pecados e reagir de forma cruel ou dura.

A experiência da grande maioria dos católicos atesta que o que acontece na verdade é o oposto. Os sacerdotes ouvem tudo e geralmente respondem com algum conselho e encorajamento e, em seguida, atribuem uma penitência muito leve (muitas vezes simplesmente dizendo algumas orações). Exceções a isso hoje em dia são raras.

Portanto, se você é um católico batizado e não se confessa a um tempo, você precisa buscar a reconciliação com Deus!
  
|Publicado originalmente em:


ChurchPOP. <http://pt.churchpop.com/5-mitos-sobre-confissao-que-muitas-pessoas-ainda-creem-talvez-voce-tambem/>. Acesso em 03 abr. 2017.
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